quinta-feira, 27 de setembro de 2012

INSPEÇÃO DE GILWELL

INSPEÇÃO DE GILWELL É feita para examinar o que os elementos trouxeram na mochila. E uma forma organizada de expor seus materiais para arejar e observar o que está limpo e sujo. Durante os acampamentos é feita muitas vezes pela chefia, para observar o que os elementos trouxeram, examinando a organização, limpeza, etc. A inspeção é feita no material individual e no campo da patrulha também, observando a limpeza do campo, a cozinha, barraca, estética das pioneirias e a organização dos materiais. Existem várias formas de fazer, mas a mais simples ao meu ponto de vista é a seguinte: 􀂾 Postura A patrulha impecavelmente uniformizada deve ficar fora do campo, em linha (um do lado do outro), com o monitor ao lado do portal do campo. A chefia irá chamar o monitor para acompanhar na inspeção e a patrulha irá se manter em forma. Importante Não esquecer que a patrulha deve ficar cantando músicas escoteiras alegres durante a inspeção. Isso é muito importante e tem que ser do começo ao fim da inspeção. 􀂾 Material Individual O material será colocado em cima do saco de dormir, o elemento ficará na frente do seu correspondente, identificando, assim, o proprietário dos pertences. Os sacos de dormir estarão em cima da lona, dentro do campo e os elementos estarão formados fora. Dê um espaço razoável entre um saco de dormir e outro, para a chefia examinadora distinguir o material de um elemento e os dos outros. Seria bom se em cima do saco de dormir estivesse o seu “Check List” para a chefia notar a organização do seu material. 􀂾 Disposição do Material Individual É muito simples organizar, mas exige organização e senso estético. Imagine você deitado no saco de dormir, então é só organizar desta forma, dividir a distribuição por partes do corpo. (Cabeça, Tronco, Pernas, Pés). Alguns materiais e sua disposição como exemplos. CABEÇA 􀀹 Mochila e cobertor: Mochila totalmente vazia e com os compartimentos abertos, cobertor pode estar aberto em cima do saco de dormir ou pode ficar dobrado; 􀀹 Chapéu, boné, tocas; TRONCO 􀀹 Camisa, Camisetas, Agasalhos, Casacos, Capa de Chuva: Dobrados e empilhados, distinguindo usados dos não usados; 􀀹 Escova, pente, creme dental, sabonete, toalha e produtos de higiene pessoal: todos em cima da toalha, sabonete fora do porta sabonetes; 􀀹 Pochete: Terá que tirar tudo que está dentro dela, pois ela é como se fosse uma mochila pequena, então tem que deixar todos os compartimentos abertos; 􀀹 Máquina Fotográfica: de preferência tirar da capinha, mas o essencial é tirar as pilhas; 􀀹 Prato, copo e talheres: Limpos e em cima do pano de prato, porta pratos ou pode ficar na cozinha ( terá que fazer um padrão na patrulha, se 1 colocar na cozinha todos deverão colocar e vice e versa); PERNAS 􀀹 Calça, bermuda, shorts; 􀀹 Roupas intimas: Não é necessário tirá-las, pode deixar dentro de sacos plástico, mas tem que deixar a sacola aberta para ele ver o que contém; 􀀹 Lanterna: Aberta e com suas pilhas para fora, coloca-las ao lado junto com a tampa da lanterna; 􀀹 Canivete: fora da bainha, aberto e limpo; 􀀹 Faca: fora da bainha e limpa; 􀀹 Cantil: Aberto e vazio ou poderá ficar na cozinha; PÉS 􀀹 Tênis limpo: em cima do saco de dormir; 􀀹 Roupa suja: dentro do saco plástico, mas tem que deixar aberto, para poder observar o que contém dentro dele; 􀀹 Tênis sujo: fora do saco de dormir em cima de um saco plástico; ATENÇÃO 􀀹 A organização é fundamental para o examinador e a estética da divisão dos materiais; 􀀹 Dentro da mochila, não pode ter nada, tem que estar completamente vazia e com todos os bolsos e compartimentos abertos; 􀀹 Facão, Machadinhas, marretas particulares: Deverão ficar no canto do lenhador (não esqueça), pois mesmo sendo seu, deverá ficar de uso para a patrulha e não particular; 􀀹 Evite misturar coisas que não tenham nada em comum (ex.: higiene pessoal com roupa suja); 􀀹 Alimentos, nem pensar em estar junto do saco de dormir, mesmo sendo seu deverá ficar na cozinha. 􀀹 Tudo deverá ficar fora dos sacos plásticos a vista do examinador; O chefe responsável pela base deve pedir que desmontem suas mochilas , e montem a inspeção de acordo com o que aprenderam. Após a inspeção devem dizer se realmente trouxeram tudo de que realmente irão precisar ou trouxeram coisas a mais. 􀂾 O Campo Deverá estar muito limpo, organizado, pioneirias firmes e com as amarras bem feitas; 􀀹 Cozinha: com as panelas limpas e mantimentos fechados, nos seus devidos lugares, fogão limpo (fogareiro ou a lenha) e o lixo fechado; 􀀹 Canto do lenhador: Materiais de campo, todos limpos e disposto no porta ferramentas; 􀀹 Barraca ou Bivaques: Totalmente aberto e bem limpo, sem qualquer sujeira. 􀀹 Não deverá ter qualquer sujeira, mesmo que seja mínima, como cizal, papeis, sacos plásticos, madeiras jogadas, etc. 􀀹 Madeiras todas no canto do lenhador, exceto a madeira cortada para o fogão a lenha (se for a lenha) 􀀹 cepo do canto do lenhador terá que ficar preso ao chão, (é só colocar em cada ponta do cepo, duas estacas uma de cada lado das pontas, depois bater com a marreta e amarrar com cizal) Obs.: Caso não seja feita a inspeção do material individual, as mochilas deverão ficar dentro da barraca ao fundo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ave Acauã

Características. Os membros do género Herpetotheres são falcões de tamanho médio que têm as asas curtas, arredondadas, e uma cauda fortemente arredondada e longa. Seu corpo é bastante robusto. Os pés são curtos e com os dedos cobertos com escamas pequenas, ásperas, sextavadas - uma adaptação para suportar as mordidas de serpentes venenosas. As penas da coroa são estreitas, duras e pontudas, dando forma a uma crista que é limitada por um colar. Este gênero tem alguns peculiaridades anatômicas e é colocado também em uma família própria. No acauã adulto, a cabeça é amarela pálida, variando de marron a branco dependendo do indivíduo e do desgaste das penas. A máscara facial preta, larga estende-se em torno da parte traseira do pescoço com uma borda branca. As penas da coroa têm eixos escuros produzindo um efeito raiado. A parte superior das asas e da cauda é marrom muito escuro; o uropígio é também amarelo pálido ou branco; a cauda apresenta barras estreitas preto e branco, terminando com pontas brancas. A maioria da parte inferior é amarela pálida, salpicada de marron escuro nas coxas, incluindo a base das penas primárias. O fim das penas primárias é barrado, com cinza mais pálido. Algumas manchas escuras sob as asas não são incomuns. Os olhos são marrom escuro. A íris é preta; os pés são cor-de-palha. Em plumagem imatura, a ave é similar ao adulto, não sendo tão pronunciado o limite entre zonas escuras e claras; as penas são marginadas com marrom pálido. As áreas claras da plumagem são brancas, mais claras que nos adultos.
-Se alimenta de lagartos, serpentes, morcegos e também de parasitos de gado; -Seu tamanho é de aproximadamente 47 centímetros; -Possuem asas curtas; -Seu habitat é a borda de florestas e cerrado; -Possui penas cor creme e uma máscara negra que envolve a cabeça e camufla seus olhos como também as penas da cauda; -É conhecido também como macauá, acanã, cauã, uacanã e macaguá; -Possui hábitos solitários; -No folclore amazonense, diz-se que os gritos dele prenuncia a chegada de forasteiros, entretanto em Minas Gerais, na região da Serra do Espinhaço, é o prenuncio da morte de alguém conhecido; -Esta ave costuma cantar ao entardecer e ao amanhecer.

sábado, 22 de setembro de 2012

história de um herói Escoteiro Caio Viana Martins
Caio Viana Martins Caio Vianna Martins nasceu em Matosinho em 13 de julho de 1923, Minas Gerais, arraial que hoje virou cidade. Aos seis anos seus pais o matricularam no Grupo Escolar Visconde do Rio das Velhas. Mais tarde mudou-se com a família para Belo Horizonte. Matriculou-se aos oito anos no Grupo Escolar Barão do Rio Branco onde estudou até o quarto ano primário. Estudou também no colégio Arnaldo e Afonso Arinos, onde entrou para o Escotismo. O Grupo era patrocinado pelo educandário. Isso aconteceu em 10 de setembro de 1937. Mais tarde Caio se tornaria Monitor da Patrulha Lobo. Na noite de 19 de dezembro de 1938 o escoteiro Caio Vianna Martins, aos 15 anos de idade, estava com seu destino traçado, semelhante aos grandes heróis da história. A Comissão Executiva do Grupo Escoteiro Afonso Arinos, do ginásio do mesmo nome, de Belo Horizonte, ambos hoje inexistentes, organizou uma excursão técnica-cultural a São Paulo. A delegação era formada por 25 membros. A composição do trem noturno estava formada com 11 vagões, sendo o do meio, 1ª Classe, ocupado pelos escoteiros. A viagem se desenrolava normalmente até que às 2:05 da madrugada do dia 19 de dezembro entre as pequenas estações de Sítio e João Aires, aconteceu o terrível desastre, quando se chocaram o trem noturno que descia, com o trem cargueiro que subia. Muitos vagões descarrilharam, outros engavetaram e alguns se levantaram. O vagão da frente ao ocupado pelos escoteiros saltou dos trilhos, atravessando para a direita, engavetando-se, partindo-se e tombando sobre o barranco, comprimido para a frente pela pressão dos carro restaurante e leito. Os escoteiros que resistiram ao impacto das composições reuniram-se em um ponto à direita da estrada. Nesse momento o grupo sentiu falta do Escoteiro Gerson Issa Satuf e do Lobinho Hélio Marcos. Na procura ambos foram encontrados mortos. Do vagão leito foram retirados colchões e cobertores, usados para abrigarem os sobreviventes. Para uma cabine foram levados os feridos com maior gravidade. Alguns escoteiros trabalharam na confecção de macas com lençóis e paus enquanto os demais, com as tábuas que foram retiradas dos vagões, fizeram uma fogueira para iluminar o local, facilitando o trabalho de salvamento. Os primeiros socorros chegaram somente às sete horas da manhã (cinco horas após o acidente). Os passageiros feridos, inclusive alguns escoteiros, foram transportados para Barbacena. No desastre morreram 40 pessoas. O monitor Caio recebeu forte pancada na região lombar, sofrendo esmagamento das víceras e hemorragia interna. Retirado do vagão pelos companheiros e recolhido ao vagão leito, Caio Martins parecia dar sinais de estar melhor. Pouco depois quando seria levado para Barbacena e notando que um enfermeiro se aproximava com a maca, ele olhou ao redor e viu que havia outros feridos mais necessitados. Encarando o enfermeiro disse: “Não. Há muitos feridos aí. Deixe-me que irei só. Um Escoteiro caminha com as próprias pernas”. Acompanhado dos amigos, seguiu andando, para a cidade. O esforço que fez, porém, foi muito grande. Ao chegar ao hotel deu alguns passos para depois saírem golfadas de sangue de sua boca, em conseqüência da hemorragia interna que sofreu. Levado para a Santa Casa veio a falecer às duas horas do dia 20 na presença de seus pais. Foi sepultado no cemitério de Bonfim, zona norte de Belo Horizonte, junto do Escoteiro Gerson e do Lobinho Hélio Marcos. * * * “Na noite de 19 de dezembro de 1938, viajava um trem noturno, vindo de Belo Horizonte para o Rio, e entre as estações de Sítio (Antonio Carlos) e a de João Ayres, um cargueiro, que vinha no sentido Rio-BH, chocou-se frontalmente com o noturno, no qual viajavam escoteiros de Belo Horizonte, que rumavam para São Paulo na primeira classe. No acidente, faleceram instantaneamente o Escoteiro Gerson Issa Satuf e o Lobinho Helio Marcos. Então, os escoteiros construíram macas, acenderam fogueiras para facilitar o trabalho noturno de resgate e se mobilizaram para prestar atendimento aos feridos, que foram encaminhados à Santa Casa de Barbacena.
ACIMA e ABAIXO, imagens do desastre do Noturno Mineiro, no Natal de 1938, próximo a João Ayres. “Mais de quarenta cadáveres foram enterrados em Barbacena, para onde foram transportadas as vítimas da catastrphe, sendo muito maior o número de feridos. O desastre deu-se em consequencia de um engavetamente de vagons (carros), cheios de passageiros. Estas photografias mostram a que estado ficaram reduzidas as composições attingidas” (O Malho, 29/12/1938). Um dos escoteiros, de 15 anos, era Caio Vianna Martins, que sofreu um trauma na região lombar. Este não parou de trabalhar junto dos demais escoteiros de seu grupo; seus companheiros, percebendo que este não estava bem e vendo que a situação já estava um pouco mais controlada, solicitaram resgate para Caio, que, vendo os feridos, teria proferido as seguintes palavras: ‘Não, não me carreguem na maca, ainda há muitos feridos, um escoteiro caminha com as suas próprias pernas’. Caio caminhou, mas o esforço da lhe foi letal, e com sintomas de forte hemorragia interna, faleceu assistido pelos pais no dia seguinte. Foi sepultado no Cemitério do Bonfim, Zona Norte de Belo Horizonte. Caio Vianna Martins é um símbolo para os escoteiros brasileiros, empresta seu nome à muitas ruas do país e também ao Conjunto Esportivo Estadual de Niterói, aonde o Botafogo costumava mandar seus jogos, o Estádio Caio Martins. Neste acidente, que ocorreu as 2:05, o socorro, vindo de Barbacena, conseguiu chegar ao local somente as 7 da manhã“.